Lucy in the Sky with Diamond!
Foi um sucesso o lançamento da sonda Lucy da NASA! O lançamento ocorreu na primeira tentativa, no primeiro dia da janela de lançamento, usando um foguete Atlas V 401, da United Launch Alliance, a partir da base da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida.
Menos de 2h depois do lançamento, foi confirmado que a Lucy estava na trajetória correta, abriu com sucesso seus painéis solares e estava se comunicando normalmente. Tudo indica que a missão está prosseguindo exatamente como o planejado e que a Lucy começou sua viagem de 12 anos pelo Sistema Solar, passando por 8 asteróides, na nossa primeira visita a asteróides troianos. Asteróides troianos ocupam duas regiões especiais da órbita de Júpiter (conhecidos como pontos Lagrangeanos L4 e L5), onde a estabilidade em suas órbitas significa que foram preservados asteróides que estavam naquela região na época da formação do Sistema Solar. Por isso, estes asteróides são às vezes chamados de “fósseis”, o que levou ao nome da missão, em homenagem ao fóssil hominídeo mais famoso, a Lucy, um Australopithecus afarensis de 3.2 milhões de anos. E como um dos instrumentos da Lucy, o L’Ralph, contém um diamante, como divisor do feixe óptico, agora finalmente temos Lucy in the sky with diamond (é só um diamante).
Agora vamos esperar até 2025, para o primeiro encontro da Lucy com um asteróide. Saiba mais sobre a Lucy em nosso artigo sobre a missão.
Primeiras observações de Mercúrio pela BepiColombo
Depois de 3 anos de viagem, a missão BepiColombo, uma colaboração entre a Agência Espacial Européia (ESA) e a agência de exploração aerosepacial do Japão (JAXA), fez sua primeira passagem próxima (flyby) de Mercúrio em 1-2 de outubro. Este é só o começo de um longo caminho até que ela entre em órbita de Mercúrio, em dezembro de 2025, onde deve continuar operando pelo menos até maio de 2028 (a missão já foi estendida, de sua duração inicial até 2027). A complexa trajetória até entrar em órbita, com uma passagem pela Terra, duas por Vênus, e seis por Mercúrio, visa usar da gravidade destes planetas para ajustar a órbita, diminuindo a necessidade de uso dos motores da BepiColombo (e, portanto, diminuindo a massa de combustível que ela precisa carregar). Após entrar em órbita de Mercúrio, a BepiColombo vai se separar em 3: o Mercury Transfer Module, construído pela ESA, vai ser descartado (seu uso era só fazer as manobras necessárias no caminho, com seus propulsores elétricos), e vão se mover para suas órbitas finais (com seus pequenos propulsores químicos) o Mercury Planetary Orbiter, também feito pela ESA, e o Mercury Magnetospheric Orbiter, feito pela JAXA.
As imagens feitas pela BepiColombo até agora não são as mais detalhadas ou as melhores observações para uso científico, pois foram feitas pelas três câmeras de monitoramento do módulo de transferência. Por isso se vê parte da sonda nas imagens. As observações científicas que são o objetivo da missão vão ser feitas após a separação e entrada em órbita de Mercúrio, em 2025.
É bom notar que o nome da missão nada tem a ver com Cristóvão Colombo. O nome é uma homenagem ao cientista e engenheiro italiano Giuseppe “Beppi” Colombo, o primeiro a propor o uso de uma manobra de ajuda gravitacional (como as 9 que a BepiColombo tem em seu caminho), para a missão Mariner 10 da NASA, de 1973.
Está acabando o prazo para comentários do público sobre impacto ambiental da SpaceX
Em setembro, a Agência Federal de Aviação Americana (FAA) solicitou ao público comentários sobre o atual rascunho do relatório de impacto ambiental para as operações propostas pela SpaceX com a Starship, em Boca Chica (Texas).
Como parte do processo de avaliação da concessão de nova licença solicitada pela SpaceX para construir instalações e realizar operações da Starship em suas instalações em Boca Chica, a 4 km da fronteira EUA-México, a FAA tem que avaliar o impacto ambiental na área (também há avaliações futuras de segurança e responsabilidade financeira). E em setembro a FAA abriu uma chamada para o público submeter seus comentários, até o dia 18 de outubro.
Ao começar a construir suas instalações em Boca Chica, a SpaceX conseguiu uma mudança na lei estadual e licença ambiental da FAA, para realizar testes e lançamentos do foguete Falcon 9, que na época já estava bem estabelecido como confiável. A licença é limitada a um lançamento por mês, entre 7:00 e 19:00, em dias úteis (devido ao barulho, à necessidade de evacuar algumas das casas mais próximas e ao fechamento de estradas). A avaliação atual é para expandir as atividades para testes, lançamentos e pousos da Starship. Neste ponto, você pode notar que a SpaceX já fez muitos vôos e tentativas de pouso da Starship. E aí está um sério problema: a SpaceX nunca chegou a usar o Falcon 9 naquele local, mas fez muitos testes, vôos e tentativas de pouso de um foguete muito maior (9 vezes mais propelente), ainda muito pouco confiável (como visto pelas suas numerosas explosões até hoje), incluindo pouso (algo muito mais arriscado que lançamento). Tudo isso viola a avaliação ambiental de 2014 e já houve até um incêndio de 100 acres causado por uma das Starship. Também é bom notar que as instalações da SpaceX estão cercadas por quatro áreas de preservação ambiental – onde vivem várias espécies em risco -, estão a apenas 2 km das residências mais próximas, e 4 km do México. Segundo os críticos, este histórico de violações da licença existente, junto dos muitos tweets de Elon Musk desafiando a FAA, são motivos suficientes para que a nova licença deva ser negada.
Veja o texto completo da solicitação em https://www.faa.gov/newsroom/faa-invites-public-comment-draft-environmental-review-spacex-starshipsuper-heavy-program
Veja mais em
Veja a gravação completa do lançamento da Lucy:
A complexa trajetória da BepiColombo até a órbita de Mercúrio:
Uma carta aberta à FAA explicando vários dos motivos para negar a licença às novas operações da SpaceX em Boca Chica: