Coletada a primeira amostra de Marte que vai ser trazida para a Terra
Nesta semana, foi confirmado que o rover Perseverance, que está explorando Marte desde fevereiro, conseguiu um novo feito único na história: coletar a uma amostra de Marte que será trazida para a Terra no futuro. Um dos principais objetivos da missão Perseverance é passar anos andando por Marte, usando seus instrumentos, analisando as rochas que encontra, para coletar amostras das mais interessantes. Entre os diversos interesses, está a Astrobiologia, a busca de vida fora da Terra (presente ou fóssil). Coletar a primeira amostra foi um grande passo, pois mostrou que funciona o complexo sistema de amostragem e armazenagem, que é considerado o mecanismo mais complexo já mandado ao espaço. Após perfurar uma rocha e coletar um núcleo, ele é armazenado em um tubo de titânio a ser hermeticamente selado e armazenado. No futuro, após a Perseverance ter coletado muitas amostras, ela vai deixar um contêiner com os tubos de amostras seladas no chão, para ser coletado por um rover futuro, que vai o colocar em um foguete para ser trazido para a Terra. Essa missão futura, provisoriamente chamada de Mars Sample Return, já está sendo desenvolvida em colaboração entre a NASA e a ESA (Agência Espacial Européia).
Primeiro lançamento do Firefly Alpha termina em explosão
No dia 2 de setembro, a Firefly Aerospace realizou o primeiro vôo de teste de seu foguete Firefly Alpha para atingir órbita. A primeira tentativa foi abortada 17 segundos antes do lançamento, mas foi possível corrigir o problema e tentar novamente, uma hora depois. O foguete foi lançado da Base da Força Espacial Vandenberg, na Califórnia, e saiu normalmente da torre. Mas logo após o lançamento, foi possível notar que o foguete estava acelerando devagar. O normal seria passar a velocidade do som a 1 minuto e 17 segundos, mas isso só ocorreu aos 2:17. Aos 2 minutos e 25 segundos, o foguete se inclinou demais, a coifa foi arrancada pelas forças aerodinâmicas, e alguns segundos depois ele foi destruído pelo oficial de segurança (usando o sistema de autodestruição), por estar muito fora do perfil normal de vôo.
Ainda não há detalhes sobre o que ocorreu, mas há relatos de que um dos cinco motores Reaver desligou logo após o lançamento. A assimetria no empuxo, combinada às forças aerodinâmicas, foi demais para o sistema de controle conseguir compensar e então ele acabou se inclinando demais. Foguetes se movendo rápido pela atmosfera só conseguem se manter inteiros se estiverem na orientação correta (se movendo na direção do eixo longitudinal) e ao ficar com um ângulo de ataque muito grande, as forças aerodinâmicas começaram a despedaçar o foguete.
É importante ressaltar que essa foi a primeira tentativa da Firefly de alcançar órbita e é extremamente raro um novo foguete, principalmente um de combustível líquido como esse, funcionar na primeira tentativa. E nesses poucos mais de 2 minutos foram coletados dados sobre o funcionamento de todos os sistemas, que serão usados para guiar as mudanças necessárias para as próximas tentativas.
Veja mais no nosso artigo sobre a Firefly.
Marcado o lançamento do JWST
O JWST, o maior telescópio espacial já construído, finalmente tem data de lançamento: 18 de dezembro. O telescópio, por sua enorme complexidade, passou por muitas revisões, atrasos e aumentos de orçamento: a previsão inicial, de 1997, era de lançar em 2007 e custar 500 milhões de dólares. Se os planos atuais se realizarem, será um lançamento em 2021, depois de ter custado por volta de 10 bilhões de dólares.
Depois de a maior parte da construção do telescópio em si (a óptica e os instrumentos) terem sido feitas no Centro Espacial Goddard da NASA, em Greenbelt, no estado de Maryland, o telescópio passou um ano no Centro Espacial Johnson da NASA, em Houston, Texas e desde 2018 está nas instalações da Northrop Grumman em Los Angeles, Califórnia. Aí, ele foi unido à nave (que contém o conjunto de sistemas de energia, refrigeração, comunicação e propulsão que suportam o telescópio) e passou por muitos outros testes, inclusive da sua complexa seqüência de abertura que terá que fazer no espaço. Agora, depois de aprovado nos testes, está em sua configuração de transporte, sendo embalado para a viagem até o centro de lançamento. Esta viagem terá que ser feita de navio, pois o conjunto todo agora é grande demais para caber em aviões. Ele seguirá de navio, passando pelo Canal do Panamá, até o Oceano Atlântico. Mas, ao contrário do Telescópio Espacial Hubble, ou de qualquer outra missão de grande porte da NASA, ele não será lançado dos EUA: ele vai para o Centro de Lançamento da Guiana, na Guiana Francesa. Isso porque parte da parceria da Agência Espacial Européia (ESA) na missão será prover o lançamento, através de um foguete Ariane 5. Os elementos do foguete já chegaram ao centro de lançamento, vindos da Europa, de navio, no último dia 3.
Veja mais sobre o JWST em nosso artigo.
Saiba mais em
Lançamento do Firefly Alpha em alta qualidade https://youtu.be/qFjoPw0CfAU
Discussão sobre o lançamento do Firefly Alpha
Anúncio do lançamento do James Webb
https://www.nasa.gov/press-release/nasa-readies-james-webb-space-telescope-for-december-launch
Anúncio da coleta da primera amostra de Marte
https://mars.nasa.gov/news/9029/nasas-perseverance-rover-collects-first-mars-rock-sample/
Apresentação da primeira coleta de amostra de Marte