Essa semana em ar e espaço: Artemis I, Lucy, Nuri

NASA completa a montagem do Artemis I

A cápsula Orion e o Módulo de Serviço Europeu sendo acoplados ao topo do foguete SLS, no Vehicle Assembly Building, do Kennedy Space. Apenas a parte superior do foguete é visível. Center. Créditos: NASA

Com a acoplagem da cápsula Orion, a qual já estava conectada à torre de escape e ao Módulo de Serviço Europeu, ao foguete SLS, todo o conjunto para a missão Artemis I finalmente está completo. A Artemis I, o primeiro vôo do Programa Artemis e do foguete SLS, será um teste de todos os sistemas, fazendo um vôo não tripulado até a Lua (sem pousar na Lua). O Programa Artemis planeja ser, nos próximos anos, o primeiro retorno de humanos à Lua desde o Projeto Apollo, na década de 1970. Desta vez, com objetivos muito mais ambiciosos que o Apollo, o Programa Artemis pretende ter uma estação espacial orbitando a Lua (o Lunar Gateway), servindo como base para muitas viagens à superfície. Tudo isso será a base para desenvolver as tecnologias necessárias para levar humanos muito além (como para Marte) e a um custo muito inferior aos 200 bilhões de dólares do Programa Apollo.

Nos próximos meses, todo o equipamento ficará dentro do Vehicle Assembly Building do Kennedy Space Center da NASA, na Flórida, enquanto são realizados testes em preparação para o primeiro vôo, por volta de fevereiro de 2022. E ao mesmo tempo em que a missão Artemis I é preparada, o trabalho já está bastante avançado para a Artemis II, que será o primeiro vôo tripulado do programa, com o Módulo de Serviço Europeu tendo chegado recentemente ao Kennedy Space Center.

Em breve, traremos artigos discutindo o projeto Artemis e o foguete SLS que será usado nele.

Problemas com um painel solar da Lucy

Um dos painéis solares da Lucy sendo inspecionado nas instalações da Lockheed Martin, em Denver, Colorado. Créditos: Lockheed Martin.

Após um lançamento de sucesso, a missão Lucy da NASA, operada pelo SwRI (Southwest Research Institute em Boulder, CO) e pelo GSFC (Goddard Space Flight Center em Greenbelt, MD), encontrou um problema: os enormes painéis solares, necessários para que ela consiga funcionar à grande distância do Sol que vai alcançar, se abriram, mas um deles parece não ter travado na posição aberta. A nave entrou em modo de segurança e a abertura da plataforma de instrumentos foi adiada até a situação ser avaliada. Os dados de telemetria indicavam que os painéis estavam gerando 90% da energia esperada, o que, juntamente com a falta do sinal do sensor de travamento, indica que um dos painéis não se abriu completamente.

Os engenheiros da Lockheed Martin, a empresa que construiu a nave, estão avaliando as opções, inclusive medindo a potência gerada em várias orientações com o Sol para determinar o quão próximo de completamente aberto está o painel. As manobras pequenas de ajuste de orientação da sonda não pareceram ter sido problemas, mas eles estão avaliando se as manobras com o motor principal, para ajustar a órbita, são seguras sem o painel travado e se podem tentar acionar novamente a abertura do painel, para ver se ele a completa e trava. Os engenheiros estão confiantes de que vão encontrar uma solução. Eles já a colocaram em modo de cruzeiro (saindo do modo de segurança) e abriram a plataforma de instrumentos.

Veja mais detalhes sobre a missão Lucy em nosso artigo.

No seu primeiro lançamento, Nuri não alcança órbita

O Nuri antes de ser colocado na plataforma de lançamento. Créditos: Korea Aerospace Research Institute (KARI)

A Coréia do Sul tentou o primeiro lançamento orbital do foguete Nuri. Também conhecido como KSLV-II (Korean Space Launch Vehicle II), o Nuri é o primeiro foguete orbital desenvolvido completamente pela Coréia, no Korea Aerospace Research Institute (KARI), – o KSLV-I foi uma parceria com a Rússia – e permitiria à Coréia não só vender o serviço de lançamento para clientes do mundo todo, mas também se tornar autossuficiente em seu programa espacial. Os seus vários satélites em operação até hoje tiveram que recorrer a foguetes de outros países para o lançamento, incluindo EUA (Taurus e Falcon 9), Rússia (Rockot e Dnepr), Japão (H-IIA) e França (Ariane 5). O Nuri é um foguete de 47 m e 200 t, capaz de levar até 2.6 t até órbita baixa (300 km), ou 1.5 t até órbita síncrona solar (700 km). Uma característica pouco usual dele é que seus motores (KRE-075 e KRE-007) usam como combustível líquido Jet-A e Jet-A1, o tipo de querosene usado em motores a jato de aviões, ao invés da versão RP-1 (Rocket Propellant 1), muito semelhante ao Jet-A, normalmente usada em foguetes.

Neste lançamento, o primeiro e o segundo estágio funcionaram bem, mas no terceiro estágio, o motor desligou 45 s antes da hora, o que resultou em deixar a carga em uma trajetória suborbital, que deve ter reentrado na atmosfera sobre o Oceano Índico. Não foi divulgado ainda por que o motor desligou antes da hora, mas os dados recebidos devem ser valiosos para entender o que aconteceu e fazer mudanças para os lançamentos futuros. É bom notar que é muito raro um foguete funcionar na primeira tentativa e ter chegado ao terceiro estágio sem problemas costuma ser considerado bastante bom para um primeiro teste.

Saiba mais em

Status da Artemis I https://www.nasa.gov/feature/nasa-fully-stacked-for-moon-mission-readies-for-artemis-i

Atualização do status da Lucy: https://blogs.nasa.gov/lucy/2021/10/22/lucy-spacecraft-healthy-as-nasa-continues-solar-array-assessments/

Lançamento do Nuri e a história do programa espacial coreano: https://youtu.be/nHmJ3YIKdSw

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